Certamente quando, em 1999, Gustavo Ott escreveu o texto FOTOMATON em Caracas, na Venezuela, ele tinha o desejo de questionar lugares/instituições/relações que constroem o status-quo do nosso tempo. Como todo artista que se preze e se proponha a cumprir seu papel no sistema em que vivemos, ele questiona através do seu trabalho/texto o que já é aceito como "normal" ou "natural" pela sociedade. Ele "revela" situações que são "comuns" no dia-a-dia, mas não são "divulgadas" porque não é "bonito" falar sobre.
Assim, a prima racista discorre seu veneno preconceituoso contando sua experiência em um estádio de futebol; o tio que mora em Nova Yorque questiona a hipocrisia reinante em seu país de origem; o irmão anarquista propõe o aniquilamento da espécie humana como única saída para o planeta; o pai e a mãe egocêntricos só se preocupam com seus problemas e mal dão conta da morte do filho. Tudo isso escrito com muita ironia e bom humor, onde conseguimos enxergar nossas próprias falhas e nos divertirmos com elas.
O texto de Gustavo Ott e, conseguentemente o espetáculo que estreamos nessa quinta-feira, não se utiliza de nudez, nem de insinuações de sexo, nem de consumo de drogas. Nada é explicito. Nada é de mal gosto. Falamos sobre esses assuntos, assim como discutimos de futebol e problemas cotidianos. O que é explícito e possível de enxergar é que muitos desses assuntos já foram levantados em filmes e outras produções culturais.
Bom, quase todos conseguem enxergar... porque segundo a juíza de direito Lídia Munhoz Mattos Guedes "o conteúdo da peça é inadequado para menores de 18 anos, uma vez que os diálogos são impróprios para infantes e adolescentes e contrariam a moral e os bons costumes, bem como atenta contra os artigos 6o., 17 e 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente". Claro... tudo isto "afim de assegurar que estes não sejam submetidos a situações constrangedoras".
Eu sinceramente acho que essa senhora não deve nem andar assitindo TV, mas "a palavra do Rei é Lei!"... Dessa forma, se você quiser trazer seu filho para assistir ao espetáculo pense duas vezes: Você terá que assinar uma declaração para que ele possa entrar no Teatro Novelas Curitibanas.
É nesse momento em que eu vejo como algumas coisas são tão parecidas entre o Brasil e a Venezuela... e como diz o tio Carlos (um dos personagens do espetáculo): "E me disseram que as coisas haviam mudado, que as pessoas mais ainda, que havia mais cultura. É lamentável!"
Assim, a prima racista discorre seu veneno preconceituoso contando sua experiência em um estádio de futebol; o tio que mora em Nova Yorque questiona a hipocrisia reinante em seu país de origem; o irmão anarquista propõe o aniquilamento da espécie humana como única saída para o planeta; o pai e a mãe egocêntricos só se preocupam com seus problemas e mal dão conta da morte do filho. Tudo isso escrito com muita ironia e bom humor, onde conseguimos enxergar nossas próprias falhas e nos divertirmos com elas.
O texto de Gustavo Ott e, conseguentemente o espetáculo que estreamos nessa quinta-feira, não se utiliza de nudez, nem de insinuações de sexo, nem de consumo de drogas. Nada é explicito. Nada é de mal gosto. Falamos sobre esses assuntos, assim como discutimos de futebol e problemas cotidianos. O que é explícito e possível de enxergar é que muitos desses assuntos já foram levantados em filmes e outras produções culturais.
Bom, quase todos conseguem enxergar... porque segundo a juíza de direito Lídia Munhoz Mattos Guedes "o conteúdo da peça é inadequado para menores de 18 anos, uma vez que os diálogos são impróprios para infantes e adolescentes e contrariam a moral e os bons costumes, bem como atenta contra os artigos 6o., 17 e 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente". Claro... tudo isto "afim de assegurar que estes não sejam submetidos a situações constrangedoras".
Eu sinceramente acho que essa senhora não deve nem andar assitindo TV, mas "a palavra do Rei é Lei!"... Dessa forma, se você quiser trazer seu filho para assistir ao espetáculo pense duas vezes: Você terá que assinar uma declaração para que ele possa entrar no Teatro Novelas Curitibanas.
É nesse momento em que eu vejo como algumas coisas são tão parecidas entre o Brasil e a Venezuela... e como diz o tio Carlos (um dos personagens do espetáculo): "E me disseram que as coisas haviam mudado, que as pessoas mais ainda, que havia mais cultura. É lamentável!"
por Max Reinert
foto de Chico Nogueira
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