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Definitivamente, percebi que me sinto mais "confortável" sendo diretor. A função de ator está me tirando um pouco o sono...

Já fui, algumas vezes, questionado sobre meu olhar de direção para este espetáculo. Daí não sei se é um bloqueio inconsciente meu, ou se não - apesar de, conscientemente, lidar com esse olhar distanciadamente; ou seja: não quero pensar como diretor!

Só que, realmente, não tenho conseguido pensar enquanto diretor. E essa trava, por assim dizer, existe porque tenho tido dificuldades em "me ver" em cena... Assim, só tenho tido cabeça para decorar os textos e pensar nas ações internas, nas inflexões, possíveis intenções e desdobramentos em cena...

Tenho decorado meus textos na maior parte do tempo sozinho (o que me dá certa liberdade de experimentação...). Mas ontem recebi a colaboração da Liz Santos nesse trabalho e foi ótimo pois ela me deu algumas associações em que não havia pensado ainda.

Também aproveitei que tínhamos o grupo quase todo reunido aqui no teatro e li três cenas para a Liz, o Bruno e a Renata: O Irmão, anarquista; A Irmã, Consumista; e a Mãe, Ninfomaníaca.

Foi uma resposta boa, mas percebi certos "enroscos" na fluidez e coloquialidade das duas últimas personagens. A Liz comentou a respeito da semelhança estrutural do texto com a stand-up comedy e é verdade, apesar do texto ter sido escrito em 1990.

Hoje terei ensaio com a Lucilla e depositei certa espectativa por ser meu primeiro contato prático com o texto sob o olhar de fora de alguém.

Por Cristóvão de Oliveira.

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